domingo, 19 de junho de 2016

Capa e Prefácio do livro Corpo-Mente



Prefácio

O homem é produto da evolução dos primeiros seres unicelulares existentes
na terra há 3,5 milhões de anos. Permanece um mistério saber como, apesar
de suas fragilidades, sobreviveram e evoluíram, enfrentando adversidades do
meio ambiente, até o homem atual. Não se pode dizer que havia uma mente,
"uma cabeça para pensar".

Essa só ocorreu há 50.000 anos, um enorme espaço de tempo, com o
desenvolvimento das estruturas cerebrais corticais. Dizendo de outro modo,
no início era só ser biológico. A mente surge muito depois. Neste momento,
funcionando como uma unidade, corpo-mente passaram a se influenciar de
forma recíproca e interminável.

Segundo Freud, a ontogênese repete a filogênese. Processa-se por etapas.
De fato, o recém-nascido só vai adquirir a capacidade para pensar depois de
um tempo suficiente de maturação do sistema nervoso central.
A mente desenvolvida sobre seu substrato anatômico, vai permiti-lo distinguir
entre ele e o outro, o interno do externo, a realidade da fantasia.
Neste livro sugiro que, antes dessa mente, há uma vida fetal fundada na
hereditariedade e na filogênese, cujos registros de respostas e
comportamentos são feitos pela memória implícita, de comportamento ou de
longo prazo, com sede na amídala cerebral. Estão voltados para a
sobrevivência e a propagação da espécie.

Há duas respostas biológicas fetais filogenéticas e, portanto, inatas e reflexas,
ativadas pelo trauma, que persistem após o nascimento em busca da
preservação da espécie. A primeira, é o estado de suspensão animada, na
qual a energia celular para a realização dos seus processos vitais, é propiciada
pelo sulfeto de hidrogênio (H2S), como observado no início da vida na terra,
quando o oxigênio era escasso. Forma a base do processo de hibernação dos
com animais e plantas em situações adversas de vida.

A outra resposta visa aliviar o incômodo do trauma no período fetal. É
constituída pela produção de auto experiências sensoriais (ES) para o
apaziguamento do feto, utilizando elementos do próprio corpo, como dedo,
língua, saliva e outros sobre suas superfícies sensoriais, mucosas e pele.
Esses conhecimentos me levaram a considerar a existência de um grupo de
entidades clínicas, que denomino de espectro autista, com etiologia
relacionada a um evento traumático (ET), seguido de noção de
descontinuidade física e mais tarde de lucidez. Desenvolvi um entendimento
da psicopatologia, da sintomatologia e do tratamento das mesmas. Incluo
entre elas a psicose, o autismo, a anorexia nervosa, o sintoma psicossomático,
o transtorno do estresse pós-traumático e em outro trabalho a ser editado, as
perversões sexuais e a adição às drogas e ao álcool.

Sebastião Abrão Salim

Sumário

1. Fundamentos
2. Psicose
3. Transtorno de estresse pós-traumático
4. A metamorfose: um ensaio literário-psicanalítico
5. O autismo
6. O sintoma psicossomático
7. Anorexia nervosa
8. Conclusão final
9. Referências bibliográficas

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